segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

[Psicologia e Política]: Percepções


Numa publicação anterior (Realidade e Percepção), que fiz de forma livre, e por isso, não inserida nesta rubrica, está a introdução rápida para esta publicação.

A pergunta a que quero responder é, de forma simples, porque é que um indivíduo acha uma coisa e o indivíduo do lado acha outra?

A resposta, como já devem ter percebido, é Percepção.
Antes de mais, é importante entender que a Realidade, algo que se pensa universal e geral, é na verdade, uma Realidade Percebida. Ou seja, existe efectivamente uma realidade geral, que são os factos e as lógicas culturais (entre outros), mas a que nos rodeia, de forma principal e que se soma a esta universal, é uma realidade interpretada por nós, e não a dita universal. Esta interpretação envolve as nossas experiências de vida, a nossa personalidade, e as situações com as quais nos deparamos dia-a-dia. Esta é a razão de fundo para a diferença de opiniões.
Mas mais existem.
Todas as pessoas são diferentes. Todas são sujeitas a vários estímulos e factores. Mas estes são diferentes. A forma como cada um recebe uma notícia e a encaixam na sua percepção, é diferente. E, mais uma vez, as avaliações das consequências e causas, relativas a certa notícia geral, são, também elas, diferentes.

O estado do país é percebido por toda a gente de forma diferente. Dir-me-ão que o estado do país é igual para todos. Mas isso é falso. A percepção dele é diferente para todos. E esta é apenas a parte da dita realidade.
A parte consequente, a das medidas tomadas, é a segunda tomada de acção pela percepção, onde certas medidas farão sentido, e outras não, para a mesma dita realidade. As causas e consequências de certas medidas são tidas em conta de forma diferente por cada pessoa. Esta é a principal razão para a existências de partidos e/ou movimentos, de grupos e associações de objectivos comuns. Percepções individuais semelhantes, com interpretações e conclusões semelhantes, conjugadas entre si.
A aceitação desta diferença faz também parte da percepção. A forma como a liberdade de pensamento é tida para cada um, faz parte de como cada pessoa acha para si que as coisas em seu redor fazem ou não sentido.
Simplesmente há pessoas que preferem, de forma percebida, achar que a sua percepção é melhor percebida do que a percepção dos outros.
Percebem?


Tiago A. G. Fonseca

Sem comentários: