terça-feira, 19 de março de 2013

[Psicologia e Política]: Instabilidade Política 2: O Outro Lado

É importante que se perceba e esclareça que política não se resume a partidos políticos.
Política é a acção em função das pessoas, normalmente, relativo à gestão e administração de grupos populacionais, como autarquias ou estados e países. Mas desengane-se quem acha que agir para e pelos outros não é sempre política. Quando participamos numa associação, num grupo desportivo, numa instituição, e agimos no sentido da promoção dos outros, criando plataformas e condições favoráveis e de melhoramento da vivência dos outros, seja com que tipo de serviços forem, estamos a fazer política.
Aqui, e dependendo – obviamente – das intenções de cada um, estaremos a promover a nossa própria auto-estima, realizando acções que promovem algo de bom nos outros. A continuação de boas práticas promove outras, motivando quem as pratica. É importante termos objectivos e conseguir alcançá-los, mas sobretudo, pensar como os podemos alcançar. E esta é claramente uma boa forma. A esperança não desaparece quando vemos que a nossa acção faz bem nos outros, e que os outros se sentem mais esperançados e motivados na sua própria acção e vivência pelo exemplo que lhes foi prestado. Esta é a cooperação da sociedade, funcionar uns para os outros. Isto é fazer política.
Todas as variáveis que foram faladas nesta e na publicação anterior – esperança, percepção de controlo e de segurança, auto-estima e motivação – dependem da nossa percepção do quanto estamos inseridos, do quanto somos ouvidos, do quanto nos parece que algo é feito por nós quando é evocado em nosso nome. Mas nem sempre esta percepção é correcta, pois as variáveis que a influenciam são muitas.
Diria que a percepção de controlo tem aqui um papel chave. Se percebermos o que podemos influenciar no meio, se percebermos o que podemos e devemos controlar do que nos rodeia, se percebermos que devemos partilhar o controlo sobre diversas actividades e situações, conseguimos estar melhor connosco próprios, em coerência, e promover em nós bem-estar psicológico, essencial para a calma necessária à percepção correcta das outras variáveis.
Nem tudo é realidade, mas tudo são percepções.

Tiago A. G. Fonseca

Sem comentários: