domingo, 19 de maio de 2013

Clubismo ou Identificação ao Rótulo?

            E estou eu agora aqui, pouco depois de terminar o jogo do meu SL Benfica, cabisbaixo com a conclusão da época, a ver os comentários e mensagens – nenhuma de apoio, para o caso de estarem a interrogarem-se – e surge-me um pensamento. Uns festejam mais do que outros, da mesma forma que uns ficam mais tristes do que outros. Pegando nas recções dos mais extremistas, o que as motiva? Esta é uma reflexão simples e rápida.

            Existe, em todos os rótulos que associamos a nós - sejam equipas, partidos, a identificação ao curso, seja o que for - um sentimento de pertença. Este sentimento cria várias regras de conduta, desde a sua defesa, como a sua promoção, a responsabilidade de a carregar e a partilha dos seus ganhos e perdas. Identificamo-nos com esses rótulos. Dizemos “Eu sou disto”, “Eu sou daquilo”, e a responsabilidade de pertença aumenta. Vivemos os rótulos que usamos de tal forma, que não percebemos, por vezes, outros problemas e dificuldades, bem reais, mais importantes, que estão à nossa volta. Alguns causados pelos próprios rótulos. Outros também, faça-se justiça, resolvidos por eles.
            É também, assim, um escape ao dia-a-dia. Usamo-los como forma de distracção da rotina, e acabam por ser algo que nos potencia em termos vivenciais, possibilitando experiências boas e más.

            Porque se criam tantas reacções? Porque estes rótulos contêm facilitadores de emoções, umas melhores do que outras, umas mais adaptativas do que outras. O que é certo é que estas existem e nos fazem viver o rótulo todos os dias, sejam clubes, partidos ou a identificação com o curso, de forma pessoal, idiossincrática e subjectiva.

            Tiago A. G. Fonseca

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