sexta-feira, 9 de maio de 2014

[Envelhecer]: Solidão


Um tema que surge frequentemente associado aos Idosos é o isolamento.
A perda, na maior parte dos casos, da rede social associada à actividade laboral, com a reforma, e a saída dos filhos de casa marcam o início do que para muitos é o princípio do fim da vida. A rampa final onde simplesmente se padece e pacientemente se espera.
Um dos factores deste isolamente é a perda dos familiares e amigos da mesma idade que vão perecendo ao longo dos anos e, previsivelmente, com o avançar dos anos estas perdas tornam-se mais numerosas, criando maiores vazios na rede social destas pessoas.
Estes sobreviventes da sua geração além de lidarem com as suas perdas relacionais vão perdendo algumas das características que a sociedade moderna tanto valoriza, como a velocidade, a flexibilidade, a agilidade na adaptação, e a juventude, ficando ainda mais isolados da restante sociedade.
Apesar do tom deste discurso não pretendo ignorar que há excepções a esta regra, no entanto esta é a regra quando se fala e pensa acerca dos idosos, a visão pessimista do desenvolvimento prevalece. Por isso gostaria de deixar aos leitores uma reflexão acerca do isolamento, ou será da percepção do mesmo? E percepção de isolamento por parte de quem vive esta etapa da vida ou de quem a olha de fora? Estarão os idosos mais sozinhos do que os jovens? Será que existem diferenças entre os idosos que vivem na cidade, rodeados de casas vazias todo o dia e de pessoas que não sabem o seu nome e os que vivem nas aldeias onde sempre viveram mas longe das oportunidades de socialização urbanas? E ainda estarão os idosos religiosos mais sós do que os agnósticos?
Gostava de contar com as vossas ideias acerca da solidão envelhecida.

Ana Carla Nunes

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